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Agro reage com temor de retaliação diante de polêmica ambiental na Amazônia

A coleção de imagens de desmatamentos e queimadas, além de declarações e atos polêmicos do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, minaram a imagem do Brasil no exterior e já levam a algumas das maiores empresas e associações de agronegócio do país a reagirem por conta própria para tentar diminuir o estrago. O temor de uma retaliação internacional aos produtos brasileiros, especialmente ao agronegócio, não é infundado. Desde que as imagens das queimadas na Amazônia começaram a correr o mundo, hashtags pedindo boicote aos produtos brasileiros circulam nas redes sociais. Nesta sexta-feira, a Finlândia pediu que a União Europeia avalie a possibilidade de banir a carne bovina brasileira do Brasil, devido às notícias de queimadas. De outro lado, o gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, disse também nesta sexta-feira que vai se opor ao acordo UE-Mercosul, posição semelhante à da Irlanda. Nas últimas semanas, alguma reação das empresas já começou. A Marfrig, segunda maior produtora de carne bovina do mundo, publicou um anúncio exaltando ter sido capaz de emitir 500 milhões de dólares em bônus de transição, papéis emitidos como instrumento para financiar projetos de mitigação ambiental. No anúncio, destaca que seus fornecedores precisam respeitar áreas protegidas e compromisso contra o desmatamento. Ao receber um prêmio há cerca de 10 dias, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou que o setor de papel e celulose precisa ?levantar a voz? e defender o fim do desmatamento da Amazônia. ?Nosso setor não é de florestas e sim de árvores. 100% das empresas do setor só colhem as árvores que plantaram e não usam floresta nativa. Mas pode haver contaminação negativa do setor por problema ambiental brasileiro?, disse ao discursar para uma plateia de empresários. Ex-ministro da Agricultura e um dos maiores empresários do agronegócio do país, Blairo Maggi diz que ao longo dos anos a produção brasileira foi construindo uma confiança e ganhou terreno por mostrar que a grande produção é sustentável no país. ?Agora estamos no inverso de tudo e tudo está sendo contestado. E não é uma coisa construída pelos produtores que mudaram de posição. Nós continuamos com as mesmas práticas, o governo que mudou o discurso?, disse. ?O risco é que essas conquistas dos últimos anos sejam ignoradas e se tenha que começar todo um trabalho de novo, e aí ser muito mais penoso.? Presidente da associação Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que congrega empresas da área de papel e celulose, o ex-governador Paulo Hartung também reforçou o temor de fechamento de mercados e desvalorização dos produtos brasileiros no exterior pelo discurso do atual governo. ?Somos fortemente contra o desmatamento ilegal da Amazônia. Acreditamos no potencial de desenvolvimento da região e do seu povo com modelos econômicos sustentáveis que não dependem da alteração da cobertura florestal?, disse em nota enviada à Reuters. ?Assim como outros empresários já citaram, há anos o Brasil vem construindo uma imagem internacional de conservação com produção e não podemos jogar fora esse trabalho. Vai custar caro ao Brasil reconquistar a confiança de alguns mercados internacionais.? O agronegócio brasileiro representa mais de 40% das exportações brasileiras. Até julho deste ano, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, foram exportados 56,6 bilhões de dólares. Em 2018, os valores foram recordes, a 101,7 bilhões de dólares. https://www.brasilagro.com.br/conteudo/agro-reage-com-temor-de-retaliacao-diante-de-polemica-ambiental-na-amazonia.html


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